Violência sobre Idosos

Várias são as definições de violência sobre os mais velhos, dependendo da frequência com que ocorre, duração, severidade, efeitos e contexto cultural. Deste modo, a Comissão Europeia e o Conselho da Europa definiram o abuso sobre os idosos como cada ato ou omissão de ações apropriadas, cometidas sobre pessoas mais idosas, ocorridas no seio das famílias ou em instituições, que ponham em risco a sua vida, a sua saúde, a sua economia, a sua segurança física e psíquica, autonomia e desenvolvimento da sua personalidade (Soares, Barros, Torres-Gonzalez, Ioannidi-Kapolou, Lamura, Lindert, et. al., 2010).

A violência contra idosos também pode ser entendida como processo social e relacional complexo e diverso, cujo pressuposto de funcionamento é o modelo de sociedade dominante que se estrutura e valoriza na acumulação de bens materiais e de poder (Araújo e Filho, 2009).

Os maus tratos na terceira idade podem ser definidos como ato único ou repetido, ou ainda, ausência de ação apropriada que cause dano, sofrimento ou angústia e que ocorram dentro de um relacionamento de confiança (WHO, 2002a). Na Europa e, particularmente em Portugal, o número de pessoas com mais de 65 anos tem vindo a aumentar significativamente. A vulnerabilidade que, em regra, acompanha o envelhecimento funciona como incremento para o abuso e os maus tratos. Estes abusos converteram-se num problema de saúde pública (WHO, 2002a).